Realidade constante

Acordar e ver todo dia a mesma coisa...
Um galo cantar, o grande Sol nascer
Tomar café e no jornal ler
Um incêndio, uma enxente,
E nada se poder fazer.
Precisam de médicos,
Precisam de educadores,
Nossas crianças exigem mais amores.
E, diante disso, sorriem nossos governadores,
Que vão a festas, congressos,
Para aumentar seus salários.
Dar contas bancárias a vereadores,
Enquanto doentes morrem,
Sem remédio e com dores
Tem muito mais no jornal
Mas só leio o que há no Brasil
Além do que, já perdi a fome,
Vou, como milhares,
Trabalhar com o estômago vazio.
Antes de dormir, assisto no noticiário,
Que ofi libertado um assassino sanguinário.
Uma criança foi seqüestrada,
Sem-terra que lutavam, morreram na estrada.
Será que ninguém vê
A realidade cruel na tv,
Que, por Deus,
Alguém tem que algo fazer?
No jantar, olho para o prato
Lembro do massacre, do assalto,
Não como novamente
E vou dormir rezando alto...