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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sexualidade - apenas uma tese

Sexualidade

"Prazer
Você é canoa em que desço / vida a baixo, morte acima / Em você procuro o naufrágio/ me entregando à deriva / Você é casulo de fios infinitos / onde o invasor é bem recebido / Você é pele exata para mim / Pena da ave mais bonita / Brilho de fruta, aurora boreal de um longo inverno "
Muito do que se observa é a proibição do auto-conhecimento nas crianças. Como podemos considerar um adulto consciente de si e de suas preferências se, durante a formação de sua personalidade, na infância ele foi reprimido e recriminado pelas atitudes tomadas em relação a si e seu corpo.
A racionalização foi elaborada para trazer paz social. Mas também traz uma eterna batalha entre ID (subconsciente, onde residem os desejos primais e instinto) e EGO (mundo povoado pela razão, estímulos externos e padrões sociais). O que valorizar? O conceito coletivo ou a necessidade primária de satisfação pessoal. Até mesmo essa situação pode causar prazer...
A diversidade humana possibilita muitas realidades no contexto maior, social. Os enfoques dados aos fatos são o que capacitam a construção de diversos horizontes existentes. Porém, em algumas situações a percepção parcial do outro resulta em desentendimentos, conflitos e rompimentos relacionais.
O objeto de nossa análise, serve como pano de fundo para inúmeras discussões, uma vez que é considerado tabu dentro de diversas culturas.
Na psicologia, as diferentes escolas têm um jeito próprio de encarar a sexualidade e, cada enfoque dado faz deste um assunto mais interessante.
O que queremos demonstrar não é o ato sexual, o coito, em si, mas todo o universo que o cerca. A atividade sexual, seja por prazer ou para reprodução é apenas a concretização de uma estrutura imensa latente, inconscientemente desenvolvida pelo indivíduo.
O que muitos não compreendem é que há mais que contato físico envolvido. Existem sentimentos, descobertas, sonhos e ilusões que marcam e passam a ter significado com isso.
"Porque, pálida inocência, / os olhos teus em dormência / a medo lanças a mim? / No aperto da minha mão / que sonhos do coração / tremeu-te os seios assim?" ( Álvares de Azevedo - Lira dos Vinte Anos)
Desde que se nasce, a sociedade impõe padrões comportamentais aos quais, por desconhecer ou não se interessar pelas expectativas individuais, aceita e absorve. Um sentimento de culpa se instala no inconsciente quando se fala de satisfazer a si mesmo antes do social. Há uma inversão na pirâmide de motivação.
Como dissemos anteriormente, sexo não é apenas o contato físico. Sexo é o que lhe dá paixão, desejo, o que satisfaz até o mais íntimo de sua alma. Tudo na vida pode ser considerado sexual, desde que o fator prazer esteja envolvido.
Por mais que o homem seja comparado a animais, e impelido a aceitar sua sexualidade como suja e a si como objeto de procriação, devemos entender que, os sentidos básicos (tato, olfato, paladar e visão) nos são diferenciados dos demais animais exatamente para exercer a satisfação plena individual.
Situação: quando compramos um perfume, por que o fazemos? Apenas para não nos sentirmos comuns, nos destacarmos entre os outros? Ou queremos nos sentir melhores? E o que nos leva a escolher uma fragrância e não outra? A sociedade, outro indivíduo ou o nosso prazer ao entrar em contato com ela?
Na verdade, todas as respostas ao questionamento acima se complementam pois estão dentro da sacieade das necessidades psicossociais de auto-aceitação.
Temos, durante nosso desenvolvimento, procurado sempre pelas conquistas pessoais, formas de alimentar o ego. Se sexo é fundamentado em prazer, então até o fato de respirar e sentir-se bem com isso é sexo.
Não existia na obra de Freud uma definição precisa de sexualidade, uma vez que a extensão que fazia dela e o fato de tomar o aspecto genital como um caso particular do comportamento sexual não permitem definir a sexualidade senão segundo duas visões: as pulsões parciais, de um lado, e o complexo de Édipo de outro. O conceito de libido testemunha o papel primodial que ele atribui à sexualidade na vida psíquica. O reconhecimento dado por ele à sexualidade infantil separou a função sexual da estrita finalidade procriativa e deslocou, paralelamente, o interesse do aspecto biológico para o emocional, que está na base da sexualidade.
Freud colocou bem essa definição, não para que fosse categoricamente aceita, mas para pensarmos. Existem pessoas que têm orgasmo comendo um doce, ouvindo música, se arriscando e, outras, que em toda a vida nunca o atingiram. Dependem da personalidade os fatores e causas, mas a finalidade é sempre a mesma, prazer.
O ato de viver é um eterno ato sexual com suas situações de ápice e decadência, aprimoramento e corrida frenética, modificação energética e consciência de si e dos outros.
O primeiro passo sexual é reconhecer ao próprio corpo, o que agrada e desagrada, é a nossa infância. Depois, começamos o convívio social, passando nossos conhecimentos sobre nós mesmos para esse novo âmbito.
O que importa aqui é sentir-se bem, agradável, e isso ocorre com a formação dos grupos sociais, as "panelinhas". Essa atitude nada mais é que ter para si os iguais e repelir os diferentes, pois estes não atraem, não satisfazem nossas necessidades emocionais.
"... E há tempos nem os santos têm ao certo / a medida da maldade / há tempos são os jovens que adoecem / á tempos o encanto está ausente / e há ferrugem no sorriso / e só o acaso estende os braços / a quem procura abrigo e proteção..." (Legião Urbana - Há tempos)
Depois, com os sentimentos (teoricamente) estruturados e em boa interação com a percepção e captação do contexto, passam a existir a atração pelo sexo oposto, as respostas do corpo a determinados estímulos, o ato sexual e toda a sorte de busca pelo prazer.
Mais uma vez afirmamos. Vida é a busca incessante pela satisfação. Sexo também. Então, sexo é vida e vice-versa.
O objeto, independente da conotação dada ou do significado dentro de cada nicho cultural seá sempre o mesmo, sexo. Mas sua estrutura e conceito ontológicos são diversos: amor, valorização do ser, estima, visão de mundo, procura pelo prazer pleno, desenvolvimento dos instintos físicos e psíquicos, encontro com a extrema excitação e satisfação pessoal. Sem culpa ou sentimento de extorção.
"Pra ti, o que vê em mim é a realidad. / Mas não conheces o papel que na vida me faz contracenar / Sendo assim, posso maquiar a realidade, mas meu coração, jamais" (Christina Aguilera - My reflexion)

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